segunda-feira, 15 de maio de 2017

Tweet de Roque Tadeu Gui no Twitter

Roque Tadeu Gui (@roquetadeu)
Noite. O edifício ergue-se solitário na avenida iluminada. O casal olha pela janela, entre reflexos confusos. A nostalgia está em seu olhar.


quarta-feira, 26 de abril de 2017

Tweet de Roque Tadeu Gui no Twitter

Roque Tadeu Gui (@roquetadeu)
Ela chegou acompanhada por seu cão. Belo animal, disse para ela. Um bom companheiro, respondeu. Como se chama? Benício. Atrevi-me: e você?


Tweet de Roque Tadeu Gui no Twitter

Roque Tadeu Gui (@roquetadeu)
Palavras. Tardam em aparecer. O pensamento as deseja, mas o coração as teme. De onde nascem? Conseguirão expressar toda a dor da existência?

Baixe o aplicativo do Twitter


Roque Tadeu Gui
Enviado do Iphone

Tweet de Roque Tadeu Gui no Twitter

Roque Tadeu Gui (@roquetadeu)
Noite. O carro passa rápido e deixa um rastro de sangue. A quietude se estende pela madrugada. Ruídos, restos do dia, e crianças que choram.

Baixe o aplicativo do Twitter


Roque Tadeu Gui
Enviado do Iphone

domingo, 16 de abril de 2017

Tweet de Roque Tadeu Gui no Twitter

Roque Tadeu Gui (@roquetadeu)
Memórias. Sentiu o impulso de desenhá-la. Rabiscou rapidamente no bloco de rascunhos. Crescia o medo de perder a imagem da mulher desejada.

domingo, 13 de novembro de 2016

Detestável Mundo Novo

por Silvia Graubart

Por acaso você já leu a trilogia da ficção científica que marcou época no século XX? Do Admirável Mundo Novoescrito por Aldous Huxley, ao 1984de George Orwell e Laranja Mecânicafruto da imaginação de Anthony BurgessSe não leu, com certeza ao menos ouviu falar

Seriam essas obras uma antecipação do que vivemos hoje? E, ao contrário do que poderíamos pensar, não se tornaramficções obsoletas, e sim retratos de um presente capturado no passado. Elas mostram que nada é mais verdadeiro do que os potenciais efeitos destrutivos do progresso científico irrefreado, que põe em perigo tanto o futuro doplaneta quanto o futuro dos nossos jovens.

Huxley escreveu sobre uma sociedade organizada segundo princípios científicos, onde o controle social não dá espaço ao acaso1984 apresentou uma visão apocalíptica defuturo, onde todos são vigiados e controlados pelo Grande Irmão – o Big Brother da telinha. E Laranja Mecânicaretratou a violência que toma conta dos jovens, que roubam, espancam, estupram e matam qualquer pessoa, numa sociedade fora de controle.

Misto de histeria e hiperaceleração, estsituação começou lá atrás, provavelmente com a revolução industrial, e chegou aos dias de hoje transfigurando a capacidade de nos comunicarmos a partir da tecnologia. Ah... Atecnologia da internet! Como precisamos repensar a maneira de usá-la.

Estamos, o tempo todo, conectados a smartphones ou tabletsAproveite o seu e veja agora, no Youtube, aanimação crítica feita pelo ilustrador Steve Cutts e o compositor de música eletrônica Moby para a canção Are you lost in the world like me? (Você está perdido no mundo como eu?). Acompanhe o menino solitário navegando por um mundo consumido pela tecnologia, onde não existe interação entre as pessoas; surpreenda-se com a moça triste, que sorri apenas ao se enquadrar para uma selfie; com os dois homens que não param de digitar a palavra ‘LOL’ (que significa riso) ao seguiremoticons sorridentes, mesmo que mostrem fisionomiascarregadas e a alegria esteja a incontáveis bits de distância.

A questão se complica ainda mais com os jogos online: The Chocking Game, por exemplo, foi responsável pela morte de um garoto de 13 anos, encontrado dentro do quarto do pai com uma corda enrolada no pescoço. Não, esta não é uma história de ficção: o garoto brincava este jogo de estrangulamento com três amigos, que teriam acompanhado seu enforcamento em tempo real, através da transmissão ao vivo por uma webcam.
Triste consequência do uso equivocado da tecnologia, que não invalida muito menos impede a intromissão do acaso. Melancólico resultado do nosso incorrigível fascínio por imagens literaisDetestável mundo novo, no qual a força, o descontrole e a violência incitam a uma irrefreável necessidade de ganhar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Que bicho você tem? Que bicho deu em você? Que bicho te mordeu?

Nossa identificação com os animais é mais próxima do que pensamos. Isto pode ser observado, por exemplo, ao empregarmos algumas expressões: “filho de peixe, peixinho é”, “este tem sangue de barata”, “lágrimas de crocodilo”, etc. Não é difícil imaginar-nos como animais. É como se tivéssemos os mesmos instintos.
Os animais fornecem a base dos nossos traços comportamentais: a agressividade de um cão; a feminilidade de uma gata; o ludibrio do macaco; a moleza da preguiça; a camuflagem do camaleão; a força do touro; a astúcia da raposa; a rapinagem do gavião; o veneno e/ou o curativo da cobra; o arroubo dos pássaros; a ligeireza do jumento - imortalizada na “Apologia do jumento”, de Luiz Gonzaga; etc.
As Sagradas Escrituras nos lembram: “Eu estou enviando vocês como ovelhas entre lobos. Sejam cautelosos como as serpentes e inofensivos como as pombas. Mas, cuidado!” (Evangelho de Mateus 10:16). Que bicho você tem? Somos todos!
Imaginamos e nos comportamos como ovelhas, lobos, serpentes, pombas. O mais significativo é que olhemos para nós e percebamos as nossas afinidades com os animais, isto é, se quisermos preservar-nos da extinção.
Combinar a prudência com a simplicidade pode significar a diferença entre a derrota e a vitória, a morte e a sobrevivência. Ser, ao mesmo tempo, astuto, cauteloso e sagaz, inofensivo, singelo e cândido é um dos pares de opostos que mais nos desafiam.
“Os animais poderiam fazer-nos conscientes de nós mesmos”, afirma James Hillman (Animais de sonho). Do cume da cadeia psicológica e moral, os animais nos alimentam com os ensinamentos de como podemos ser humanos.
Para ficarmos apenas com o “bestiário” evangélico: ovelha é seguidora, diz respeito ao nosso instinto de rebanho; aponta para uma fantasia paradisíaca “as ovelhas morarão junto dos lobos” (Isaías 11.6). Seria isto que explica a nossa pacata resignação em aceitar a decretação do fim de nossos direitos e seguirmos, calados, ao matadouro da liberdade e da cidadania?
O lobo é dono de uma determinação fria e inflexível, graças à sua raiva oculta; trapaceador - no conto “Chapeuzinho Vermelho”, foi capaz de se camuflar na vovó, sendo assim, o feminino devorador e obscuro; vorazmente faminto, sua inteligência pode levá-lo à morte; ressentido por não possuir tudo que quer, ataca a todos que cruza os seus caminhos, mesmo sabendo que pode perder até aquilo que tem, por julgar-se esperto e malandro. Do lobo, se formos determinados como ele, podemos fazer valer a inteligência estratégica e prevalecer os valores corretos sobre o mal de outros lobos.
A pomba vagueia por todo e qualquer lugar, bastando ter alimento disponível; sua natureza-pássaro a caracteriza pela volatilidade do voo; símbolo do espírito do bem, da gentileza e do Espírito Santo. Assim, a pomba revela instabilidade, ainda que identificada como “do bem”; é bom lembrar que logo após “descer” sobre Jesus, em seu batismo, o conduziu ao “deserto para ser tentado” (Mateus 3:16-4:1). Deixar-se levar pelo “bem”, pode significar inconstância e desprezo pelo que já foi conquistado.
A serpente possui vastas referências a sabedoria, porém, muito dissimulada; dona de uma pele elástica e que escama, revela a capacidade de renovar-se; é portadora do elixir da cura de sua picada mortal; ela exige atenção redobrada, para não deixar-se ser apanhado em um momento de distração. Nos conflitos humanos precisamos ser como a cobra: avançar, criteriosamente, sobre as dificuldades, sem cansar de ser forte.

(Sílvio Lopes Peres – Psic. Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto de Psicologia Analítica de Campinas (IPAC), membro da Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: (14) 99805.1090 / (14) 98137.8535).